WASHINGTON (EUA) – A recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, que autorizou o ex-presidente Donald Trump a avançar com políticas que barram o direito à cidadania por nascimento, reacende um dos debates mais polêmicos da política americana: quem deve ser considerado cidadão por nascer em solo americano?
Na prática, a medida permite que o governo negue automaticamente a cidadania a filhos de imigrantes não autorizados ou em situação temporária, mesmo que nasçam dentro dos Estados Unidos. A decisão, com placar de 6 votos a 3, ainda limita o poder de juízes federais em suspender ordens executivas de forma nacional, o que abre caminho para Trump aplicar suas políticas migratórias em estados conservadores – ainda que contestadas judicialmente em outros locais.
A 14ª Emenda da Constituição Americana afirma que “todas as pessoas nascidas nos Estados Unidos são cidadãs do país”. A nova interpretação impulsionada por Trump sustenta que essa garantia não se aplica a filhos de pessoas em situação migratória irregular.
Trump afirma que a emenda foi criada após a Guerra Civil para garantir cidadania a filhos de escravizados libertos, e não para pessoas que, segundo ele, “usam brechas no sistema para obter benefícios indevidos”.
“Essa emenda foi feita para corrigir uma injustiça histórica, não para legalizar filhos de turistas ou imigrantes ilegais”, disse Trump durante coletiva.
Especialistas alertam que a decisão cria um precedente legal inédito e pode levar a uma série de novos processos judiciais. Além disso, ela abre caminho para políticas migratórias mais rígidas em uma eventual nova presidência de Trump.
A medida também pode impactar:
Com a decisão, Trump retoma uma de suas bandeiras mais polêmicas e prepara terreno para sua campanha presidencial. A pesquisa mais recente da NPR/Ipsos indica que apenas 28% dos americanos apoiam o fim da cidadania por nascimento, enquanto mais de 50% se opõem.
Mesmo assim, o tema deve ganhar força entre eleitores conservadores, especialmente em estados com fronteiras ativas, como Texas, Arizona e Flórida, onde a questão da imigração ilegal é frequentemente associada à segurança pública.
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